peripheries: real and imagined being the center, building communities?
EN We are always someone’s peripheral. In a multipolar world, where new forms of peripherality have been added to – or challenged – the geographical vision of distances, one can be at the center on one dimension and peripheral on another. The growth of peripheralities requires a clarification about the coherence of the notion of periphery today, and the contradictions that it must face. Alongside this growth, there is a diversification of the reasons that justify a peripheral situation. To physical distance has now been added a more sensitive, symbolic, and less territorial vision of deviations from the center. Less kilometers, more reconnaissance. The consequence of this double extension is also the multiplication of centers. Beyond these theoretical issues, the “Policy of the peripheries” must identify the prospects for action to be implemented to address and resolve them. The great fantasy of any periphery is to one day become the “new” center. But in cultural policies, as in psychoanalysis, realizing a fantasy can turn out to be disappointing, even dangerous. The keynote speaker will be inspired by the reflections already presented during the first day of the conference to contribute to the progress of the debate on the subject.
PT Somos sempre a periferia de alguém. Num mundo multipolar, onde novas formas de perifericidade foram acrescentadas – ou desafiadas – à visão geográfica das distâncias, pode-se estar no centro de uma dimensão e periférico de outra. O crescimento das periferias exige uma clarificação sobre a coerência da noção de periferia hoje em dia, e as contradições que esta deve enfrentar. A par deste crescimento, há uma diversificação das razões que justificam uma situação periférica. À distância física foi agora acrescentada uma visão mais sensível, simbólica, e menos territorial dos desvios do centro. Menos quilómetros, mais reconhecimento. A consequência desta dupla extensão é também a multiplicação dos centros. Para além destas questões teóricas, a “Política das periferias” deve identificar as perspectivas de acção a serem implementadas para as abordar e resolver. A grande fantasia de qualquer periferia é, um dia, tornar-se o “novo” centro. Mas nas políticas culturais, como na psicanálise, a realização de uma fantasia pode revelar-se decepcionante, mesmo perigosa. O orador principal será inspirado pelas reflexões já apresentadas durante o primeiro dia da conferência para contribuir para o progresso do debate sobre o tema.